Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa

Quem quer não adia, aparece. Quem quer ver-te agora, não vai deixar para amanhã, mesmo que a distância seja incalculável ou que já seja tarde para isso. Quem quer, não deixa para depois o que pode ser feito agora. Quem quer ficar, fica sem que nós precisemos implorar. Quem quer cuidar, simplesmente cuida. Quem quer, provavelmente não vai suportar a saudade, não vai poupar esforços para te ter.

Quem quer, arrumará um jeito. Quem sente vontade, faz saudade virar encontro, faz cinema virar motel, faz o cansaço virar amasso, faz dias frios tornarem-se quentes. Quem quer é capaz de viajar 100 quilómetros só para te ver, e não interessa se o tempo fechou tão rápido, quem quer não vai pensar duas vezes entre ver-te hoje ou deixar para a próxima semana. Quem quer, não vive de conversas, não perde tempo, não arranja mil e uma desculpas para justificar que não vai dar para te ver hoje porque o dia foi cansativo demais.

Quem tem saudade do teu sorriso não se contenta só em ouvir a tua voz pelo telefone, quem quer estar contigo sentirá necessidade de te ver para conversar sobre como foi o teu dia, sobre todas as coisas que te fizeram perder a cabeça e vai entender que é melhor abraçar-te nos momentos mais difíceis do que mandar-te um ”fica bem” por mensagem. Quem quer fazer-te bem, vai bater à tua porta com chocolates que comprou no meio do caminho para tua casa e cervejas – é que o dinheiro era pouco e o vinho era caro. Quem quer realmente ver-te, não esperará por um feriado ou por dias melhores que não tenham exames, nem muito trabalho para fazer.

Quem quer ver-te, não se vai lamentar, vai vestir a primeira roupa que encontrar e sair com o sorriso mais sincero ao teu encontro. Quem quer, não vai reservar um tempinho para ti ou um horário fixo para te ver, vai reservar-te a vida e vai ensinar-te que quando nós amamos, nós não medimos esforços, nós não queremos o outro só para preencher aquele espaço que sobra na cama ou aquele tempo vago nos fins de semana. Quando nós queremos, nós aceitamos o outro para somar na vida, para abrigar e torna-se abrigo, para unir dois mundos.

Quem quer ficar, vai fechar os olhos no teu peito e permitir, sem medo, acordar só no outro dia. Quem quer, vai fazer corpo mole para não se levantar da cama e não sair da tua vida, vai roubar as tuas manhãs, vai atirar os braços por cima de ti e quando tu perguntares se a posição da tua cabeça está a doer-lhe, ele vai responder-te que não. Quem quer ficar na tua vida, não pensará duas vezes antes de entrar. Ficará para o café da manhã e se possível para o jantar, é que o gosto do teu beijo vicia e ele seria burro em não prová-lo ao máximo.

Quem quer ficar, vai encostar a cabeça no teu ombro e vai deixar-te descobrir todos os medos e segredos, erros e defeitos, vai apertar a tua mão para tentar dizer-te algo em silêncio, e vai despedir-se de ti sem te tirar nada, permitindo-te a liberdade e deixando-te com aquela sensação de querer viver tudo e mais um pouco ao lado dela. Quem te quer, tem vontade de te repetir, de provar todas as aventuras contigo sem dizer-te que precisa pensar, sem dizer-te: ”hoje não dá”, ”deixa para amanhã”, ”não estou a fim”. Porque quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.

Texto de Iandê Albuquerque

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