Um homem visto pelos olhos de uma mulher

Os homens precisam de passar segurança. Não precisam de ser fortes ou algo do género. Mas precisam de passar segurança ao entrelaçar os seus dedos nos nossos, como se ali estivessem a gritar que tudo vai dar certo. Os homens precisam ter um colo paterno, mas saber que não são nossos pais. O homem é um misto de irmão mais velho ciumento, irmão mais novo implicante e primo atrevido.

O homem tem de andar do lado de fora da calçada e levar-nos a casa. Seja de carro, moto, táxi ou a pé. Mas é importante levar-nos até ao portão, assim, por tradição. As mulheres evoluíram, eu sei. Mas o cavalheirismo não saiu da moda.

E não confundas cavalheirismo com homossexualidade. A educação nada tem a ver com orientação sexual. Então, se tu abrires a porta do carro, se te ofereceres para carregar as compras pesadas ou cederes o assento para qualquer mulher ou idoso se sentar, isso não faz de ti um gay assumido. Só faz de ti um Homem.

O homem tem que saber como agarrar uma mulher. Mas isso não significa arrancar tufos do meu cabelo. Tem que saber apertar o meu rabo de cavalo sem tirar nenhum fio dali. Os homens têm que ser atenciosos, seja para perceber que cortámos dois dedos do cabelo ou para distinguir os nossos gemidos de “tenta mais um pouco” dos de “não pares, pelo amor de Deus”.

Escreve-me cartas, ou bilhetinhos. Escreve coisas estúpidas e parvas que me farão rir que nem uma criança. Depois disso, se quiseres, é que me podes oferecer as flores, chocolates, ursinhos e todas essas coisas “normais”. Porque a verdade é que por mais caro que seja um presente (até podia ser um helicóptero rosa, com as iniciais do meu nome na porta), se não vier acompanhado com um cartãozinho surpresa com os teus gatafunhos, não será a mesma coisa.

Os homens não precisam de ser um Channing Tatum, mas é importante que nos peçam para dançar. Não pela dança em si, mas pelo ato de nos carregarem pela mão. De nos exibirem como a sua maior conquista. Os homens que nos amam são ótimos. Mas melhores ainda são os que têm orgulho em nos amar.

Os homens que lêem são mais interessantes. E ser interessante é mais importante do que uns olhos azuis ou um peitoral todo trabalhado. Alguém que saiba sussurrar uns versos bonitos ao pé do meu ouvido como se os tivesse escrito ele próprio a pensar em nós. É como não saberes cantar, mas esforçares-te para cantar aquele refrão bonito daquela música que eu adoro e dizeres que te lembras de mim sempre que a ouves tocar.

As surpresas são sempre bem-vindas. Seja por um cartão bonitinho ou aquele chocolate pelo qual sabes que sou apaixonada. Entende que os presentes não são o preço que custaram. Como o próprio nome já diz, os presentes são para fazer presença. Então, cada vez mais que eu fizer presença na tua vida, eu saberei que faço parte dos teus dias também.

Em dias nublados, os homens têm que sair com casacos mesmo que não estejam com frio. Hormonalmente, as mulheres sentem mais frio do que os homens, então o teu casaco extra será importante nesses momentos. Mas não te esqueças de nos abraçar, também. Melhor do que um casaco de lã é um par de braços quentes e perfumados.

Os homens precisam de ser simpáticos. Mas nada de muitos sorrisinhos para qualquer vadiazinha. Nem ser demasiado prestável para as ex-namoradas. Ter ciúmes é bom. Mas nada em exagero. Podes rir dos meus ciúmes. E faz-me sorrir também. Os homens precisam de saber fazer-nos sorrir – mesmo que não sejam exímios contadores de piadas. Mas é de extrema importância que nos façam sorrir. Seja por cócegas, por caretas, por se sujarem ao lavar a loiça ou por saberem as letras da Lady Gaga. Mas façam-nos sorrir, soltar uma boa gargalhada. Entendam que a porta do coração de uma mulher está nas gargalhadas que ela dá ao teu lado.

Texto de Hugo Rodrigues

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