Quanto mais tu fazes pelas pessoas, menos elas fazem por ti
A origem de muitas das nossas decepções está no ato de pensarmos que os outros são capazes de fazer por nós aquilo que nós fazemos por eles. Esperamos sempre dos outros a mesma sinceridade, o mesmo respeito e a mesma reciprocidade que nós temos por eles, no entanto, isso nem sempre acontece. Os valores que definem os nossos corações não são os mesmos que vivem na mente dos outros.
Uma maneira simples de encontrar a felicidade pode residir no ato de minimizar as nossas expectativas. Quanto menos tu esperares dos outros, mais surpresas poderás receber ou encontrar. É certamente um argumento um tanto controverso, no entanto, não deixa de ter a sua lógica.
“Não esperes nada de ninguém, espera tudo de ti mesmo, desse modo o teu coração irá armazenar menos decepções.”
Todos nós sabemos que no que diz respeito às nossas relações, é impossível não ter expectativas. Esperamos que os outros tenham certos comportamentos e desejamos ser amados, defendidos e valorizados. Agora, isso não impede que, por vezes, estas previsões não falhem. Quem espera muito dos outros geralmente acaba ferido em algum detalhe, alguma nuance.
Ninguém erra ao procurar ver sempre o lado bom das pessoas. Temos o direito de procurá-lo, encontrá-lo e até mesmo promovê-lo, mas com alguma cautela. Porque a decepção é a irmã das expectativas elevadas, por isso o mais apropriado é não se deslumbrar antes do tempo.
As aparências e a nossa intuição não nos costumam enganar, o que muitas vezes costuma falhar são as nossas próprias expectativas sobre os outros…
Podemos esperar muito dos demais, no entanto, o certo é sempre esperar mais de nós mesmos.
Para evitar decepções, o melhor é aceitar que nem sempre vamos obter algo em troca. Às vezes o melhor é aceitar que os outros são como eles são, e que eles nem sempre vão fazer por nós aquilo que nós estaríamos dispostos a fazer por eles.
E, claro, existem sempre aquelas pessoas que simplesmente não valem a pena. Que não nos respeitam nem nos merecem ter na sua vida. Nesses casos, é necessário nos desapegarmos e nos afastarmos, por mais difícil que possa ser.
Para concluir: quanto menos esperamos, mais surpresas podemos ter. Dessa forma seremos um pouco mais livres e a nossa felicidade será menos dependente do comportamento dos outros.
Somos todos falíveis, somos todos seres maravilhosamente imperfeitos que tentam viver num mundo onde, por vezes, decepções caóticas são inevitáveis, mas no qual também habitam o amor sincero e amizades duradouras.
É certo que ninguém é perfeito. Ninguém é um exemplo de perfeição ou virtude absoluta. O importante é respeitar uns aos outros e exercer a reciprocidade da forma mais humilde possível.
Texto de Valeria Sabater (tradução)