De mim. Para ti.
Já olhaste lá para fora hoje? Acordei com o sol a aquecer-me o braço e acho que se ainda não tiveste oportunidade de ver como ele brilha. Hoje devias ir ver, não te vais arrepender. Sei que costumam dizer para OLHARES para as estrelas, mas eu quero ser diferente. Vê o sol e sê diferente. Comigo.
Já olhaste? Que achaste? Realmente bonito, não é? Que dizes de sairmos de casa, entrarmos no carro e ficarmos juntos até ao sol se esconder? Ou se quiseres ficar para ver as estrelas podemos ficar!
Não sei o teu nome. Nem o primeiro. Nem o último. Não sei nada. Nem o teu tom de pele, nem a cor dos teus olhos. Não sei nada. Inclusive se existes ou não. Mas quero fazer isso. Vamos? Não preciso saber de nada. Ou preciso. Mas não quero. Teremos tanto tempo para sabermos todos os pormenores que nem mesmo nós sabemos. Quem sabe o sol nunca se irá esconder, e sempre que se esconder temos as estrelas para ver. E a chuva. Será eterno. E a eternidade dá-nos a oportunidade de contarmos as melhores histórias, histórias essas que sempre tentamos esconder de toda a gente. Mas haverá sempre uma pessoa que sabe tudo. Tu. Se EXISTIRES. Ou se vieres. Ou se quiseres. Não sei.
Sou mulher. Pequena. Imatura. Fraca. Destruída. Não espero que sejas melhor que isso. Se fores assim, como eu, amar-te-ei da mesma maneira. Aceitar-te-ei. Acredita. Não olharei apenas para as tuas calças, ou para a tua camisa. Nem olharei só para os teus olhos e cabelo. Não. Olharei para ti como quero que olhes para mim. Apaixonadamente. Loucamente. Como tu também quiseres. E se quiseres o mesmo que eu… seria perfeito! Sou mulher. Sabes como são as mulheres. Complicadas. Aceita-me assim. Como nunca ninguém o fez. Não posso PROMETER ser a mulher perfeita. Ninguém o é. Mas tentarei. Para ti. Por ti. Como tiver de ser. Não me vou cansar de tentar, caso não consiga à primeira, ou à segunda, ou à milésima. O amor não cansa. E se cansar, não é amor. O amor não é qualquer coisa. Confundem tanto. O amor não é desejo. O amor não é vontade. O amor não é cansaço. Muito menos prisão. O amor é infinito. Um infinito de coisas boas. Um infinito de ti. Um lindo infinito que mesmo que tenha fim não acaba. O amor não morre, se for amor. Se MORRER? Não era amor.
Hoje sou mulher. Uma mulher como as outras. Ainda. Amanhã, espero ser a tua mulher. A mulher. A infinita mulher.
Texto de Alexandra Martins