Desapega-te do que não te faz bem.
Desapega-te. Deita fora. Manda para o espaço. Deixa fluir. Atira na lixeira o que não te faz bem: os amores mal resolvidos, a mensagem não visualizada, os colegas que não te querem ver tão bem assim… vai desapegando aos poucos e deixa as coisas melhorarem conforme o tempo passa. Acredita: elas vão melhorar.
A sensação que nos toma quando o apego é forte, pode ser avassaladora. Pode tirar a paz, pode manifestar-se como stress e desencadear ondas de tristeza. E tu precisas disso? Não, não precisas! Tu és capaz de viver com sossego, daqueles bem merecidos.
Já deitaste tudo o que te faz mal na lixeira? Boa. Mas tu sabes que algumas coisas ainda estão por aí a rodar à tua volta. Então, aproveita a faxina emocional para botar todo esse lixo para fora, sem dó.
Não te culpes por nada. Tu podes ter namorado a pior pessoa possível, mas isso não significa que tu és uma má pessoa também. Também não penses que tu não és boa pessoa só porque alguns dos teus amigos te abandonaram. Pensa apenas que eles nunca foram teus amigos, e sim colegas. Se está difícil conseguir um emprego, não desesperes. Não está fácil para ninguém. Se na faculdade tudo vai mal, fica a saber que com esforço tu chegas lá (e depende só de ti, encara isso de modo positivo). Aquele alguém parou de responder às mensagens? Vai fazer alguma coisa melhor do que esperar pelo outro – o mundo não pára!
A vida é muito curta para gastar o tempo com pequenos vícios. Sabes, aqueles pequenos vícios que nos deixam loucos de raiva e que não precisam de um gasto tão grande de energia. Com o tempo, esses grandes problemas são apagados do tempo, parece até que ficam empoeirados em alguma prateleira inalcançável.
É difícil dizer “Xô, problema. Sai da minha vida. Baza. Desaparece.”. É mais difícil ainda colocar isso em prática. Tu precisas saber para onde queres ir. Precisas de te questionar mais. Sobre a vida, trabalho, família, estudo, relacionamentos. É preciso traçar um objetivo e tentar chegar lá, dar o sangue para chegar aos resultados.
Então, depois que botares o lixo para fora, faz uma lista do que te faz bem. Lista tudo. Aquela música preferida. Aquele episódio da tua série favorita. Até aquela música brejeira vale. Não tem problema. Coloca, também, todas as pessoas que fazem o teu dia valer a pena – e agradece. Não te esqueças das pequenas coisas: da brisa no teu rosto quando voltas para casa, da simpatia do vizinho de cima, do teu cantinho, do sabor do café, do pôr-do-sol. Lista as tuas cores preferidas, não precisa ser uma só.
Agradece, mentalmente, às pessoas que te provaram que a vida não é um mar de rosas. Coloca na lista a lasanha que só a tua avó sabe fazer. Lista as tuas fantasias sexuais preferidas. Solta-te. Uma lista de gratidão pode dar-te mais ânimo para esquecer de vez a parte ruim.
Não negues os teus sentimentos. Separa as coisas entre as que te fazem bem e as que fazem mal. E não tenhas nenhum problema em te desapegares do que te tira o sono. Depois de te desapegares tu vais acabar por te sentir mais leve e, consequentemente, mais feliz.
Texto de Ju Umbelino