Tentamos o tempo todo “segurar a onda”, mas de repente, algo assim nem muito problemático acontece, e a gente cai, cai direitinho, e acabamos sentindo que tudo dentro de nós se quebrou, e que não existirá mais forma de consertar.
Mas, quem tenta ser forte por muito tempo, e consegue por anos se manter equilibrado e resiliente, e de uma hora para a outra, cai, mesmo tento passado por coisas muito mais difíceis, aparentemente, do que se passa agora, não cai por fraqueza… Cai por orgulho, porque quis carregar o mundo nas costas, porque acreditou que só ele conseguiria resolver os problemas dos outros e os dele próprio. Cai, porque não confia que os outros podem se resolver sozinhos, sofre porque não consegue delegar responsabilidades para os outros, porque acredita ser “o salvador da pátria” e não é…
Os psicólogos chamam isso de “esgotamento psicológico”, mas eu chamo também de “orgulho e necessidade de controle”.
Depois de muito estudar sobre o assunto, acredito que posso falar com propriedade sobre algumas coisas, não simplesmente porque eu leio muito sobre a matéria, mas porque eu já sofri o chamado “esgotamento psicológico”.
Teoricamente esse esgotamento vem do nada e nos arrebata, o seu peso mental e emocional é descomunal, ele nos derruba, demonstrando a nossa fragilidade real. E isso só acontece porque decidimos ser aquele que tudo proporciona aos outros, que tudo ajuda, que tudo auxilia… E isso muitas vezes não é sinal de bondade, é sinal de orgulho e vontade de controlar excessivamente o ambiente ao nosso redor.
Por não estarmos alinhados e equilibrados mental e fisicamente, acabamos esgotando todas as nossas energias em situações que nos fogem ao controle.
Geralmente quem tudo faz e acaba esgotado emocionalmente, acredita que a sua energia é ilimitada, e possui uma grande confiança em si mesmo.
Essa confiança é tão exagerada, que chega a minar a confiança de quem está perto, que não se sente tão apto a desenvolver uma ação, porque as certezas e a extrema coragem de quem tudo faz acabam intimidando os outros e principalmente os confundindo, e os deixando extremamente inseguros.
Dessa forma, as pessoas acabam preferindo deixar tudo nas mãos daqueles que se sentem confiantes para fazer tudo, e que demonstram grande vontade em ajudar, e dizem: “Ah, deixa ele fazer, ele gosta! Se a gente não deixar ele fazer e fizermos errado, ele vai ficar chateado!”.
Ah, e esqueci de dizer uma coisa! Uma pessoa aparentemente forte, mas que acaba esgotada emocionalmente, é pouco tolerante ao erro alheio.
E quando resolve delegar tarefas as outros, fica sempre em cima, atenta ao que os outros estão a fazer, não confia nos outros, apenas em si mesmo, e acaba pressionando tanto, que o inevitável acontece, os outros erram, ou não conseguem trazer o nível de excelência que essa pessoa desejava.
Essa perda de energia constante, associada ao orgulho e ao controle excessivo, leva a pessoa ao tal “esgotamento psicológico e emocional”.
A perda de energia leva à perda de vitalidade, que leva à irritabilidade, à insônia… causada pelas preocupações e pela raiva que se acumulam durante o dia.
A perda de motivação, a lentidão dos pensamentos e as falhas de memória fazem com que até os mais fortes, caiam, e conseguem perceber que não caíram por fraqueza?
Caíram porque não buscaram ajuda para si mesmos e porque querem controlar os outros. Porque não acreditaram que as suas energias poderiam acabar um dia. Porque querem controlar tudo e todos, porque são orgulhosos demais para reconhecerem que não são um Super Homem, ou uma Super Mulher.
Quando perguntados sobre seus defeitos…. Falam com boca cheia: “Eu sou muito perfeccionista!”.
E sabe como eu sei disso?
Eu sei porque já “quase” sofri um “esgotamento psicológico”, e sabe como eu saí dessa situação? Reconhecendo que eu estava sendo orgulhosa e controladora e que deveria imediatamente deixar de ser!
Simples assim!
No outro dia já dormi o sono dos justos, liberei as pessoas para serem como elas quiserem ser, não fiz mais “tudo” pelos outros, pelo contrário, os motivei a fazerem por si e a acreditarem em si mesmos!
Você se sente esgotado por ter sido muito forte por muito tempo?
Então entenda:
Não é sinal de fraqueza por vezes deixar a vida seguir o seu rumo, em vez de querer resolver e controlar tudo.
Pare um pouco e deixe a vida conduzir as coisas!
Às vezes, tudo o que precisamos é de nos deixarmos levar pela destino e pelo sabor da vida.
A energia que a gente emite e vibra é o que a gente merece receber de volta.
Talvez por conta desse excesso de zelo e “amor”, mal-empregados, você esteja se sentindo assim, fraca, desanimada, sem viço, e esteja vendo sua fé e confiança totalmente abaladas!
Repense a sua forma de agir no mundo!
Repense a sua forma de amar!
Repense a sua forma de ajudar!
Se o outro diz que não precisa, não faça por ele!
Se o outro diz que não quer, não insista em oferecer ajuda!
Se o outro diz que precisa de um tempo, dá a ele o tempo que ele necessitar!
Se o outro diz que é capaz, acredite nele!
Seja forte e deixe o outro ser forte da maneira dele!
E viva a vida em paz, aprendendo com as problematizações da vida e sabendo que cada um aqui possui o seu dom e a sua missão, e que todos são essenciais, não apenas aqueles que aparentam ser fortes o tempo todo, mas também aqueles que são autênticos e buscam a felicidade de outras maneiras.
Busque a paz e a tranquilidade, recarregue as suas energias!
Ser forte requer equilíbrio entre a mente e o corpo, e esse é o segredo para uma vida feliz!
Por: Iara Fonseca