Aff, estar apaixonado. É a sensação mais maravilhosa do mundo – a sensação que aquece as nossas barrigas cheias de borboletas e nos faz sorrir por absolutamente razão nenhuma.
O sentimento que nos faz atravessar o mundo, esquecer planos antigos e sonhar mais alto do que jamais pensámos que seria possível.
Como os Beatles disseram, “All you need is love”, mas será isso verdade? Não precisamos também de compatibilidade? E visões semelhantes? E tempo?
E o que acontece com as duas pessoas que não fazem absolutamente sentido nenhum: elas são de diferentes partes do mundo, elas trabalham em postos de trabalho completamente diferentes e não faz sentido sequer que elas se conheçam – muito menos se apaixonem.
Então, o amor conquista tudo?
A triste verdade é que às vezes isso não acontece. Talvez se em algum mundo contorcido, nos encontrássemos em momentos diferentes das nossas vidas, as coisas seriam diferentes – as coisas seriam mais fáceis; iriam dar certo.
Mas aqui está a questão: o tempo realmente importa. E quando encontramos alguém na hora errada, não vai magicamente fazer sentido só porque nós queremos que faça.
Sonhamos, fantasiamos sobre essa situação a resolver-se – mas será que ela se resolve um dia, realmente?
Será que algum dia atravessaremos um oceano para estar com alguém? Irá alguém mover montanhas para estar connosco? Será que as coisas serão diferentes ao longo dos anos? Será que vamos pensar da mesma forma sobre casamento ou bebés em alguma altura?
Esta é a questão sobre o amor: nós podemos encontrar uma das nossas almas gémeas no momento errado das nossas vidas, e de alguma forma nunca acabarmos juntos.
E embora gostássemos de pensar que todo o amor é bonito, fácil e feliz, há um lado sombrio sobre ele também. Um lado que não é tão fácil. Um lado onde duas pessoas podem amar-se durante as suas vidas inteiras – mas sem nunca realmente viverem-na juntos.
De alguma forma, isso não nos impede de amar. Talvez um dia haverá desgosto, uma realidade onde as nossas fantasias de estarmos juntos, eventualmente são quebradas e postas de lado.
Mas até então, não deixamos de amar. Não deixamos de amar por causa da razão, ou dúvida, ou sensibilidade.
Porque às vezes o amor não faz sentido – e nós decidimos amar de qualquer forma.
Texto de Ashley Duvan (tradução)