A uma amizade perdida…

Áudio sugerido:



Éramos inseparáveis, onde um estava, o outro também estava e toda a gente sabia disso. Sabiam que éramos os melhores amigos. Nenhum de nós teve culpa, só devíamos não ter deixado o tempo corroer a nossa amizade. Talvez para ti eu era um amigo que podia ser substituído por outro, mas para mim tu eras a pessoa em quem eu confiava e me apoiava e nunca daria para te substituir porque simplesmente a nossa ligação não era substituível, tudo o que passámos e vivemos juntos não podia ser apagado.

Conhecias-me como ninguém, com meras palavras sabias quando eu estava mal e bastava apenas um olhar para eu saber o que se passava contigo, partilhámos segredos e olhares que mais ninguém entendia e isso deixava as pessoas desconfortáveis ao nosso lado, mas eu sentia-me muito bem contigo, sabia que me ias sempre proteger e eu a ti. Sabia que ias olhar por mim e eu por ti e que não deixaríamos que ninguém nos magoasse, recorria a ti para todas as minhas decisões e massacrava-te com todos os meus dilemas, sabia que me ias ouvir sempre e tentarias sempre arrancar-me um sorriso, contava contigo para tudo.

Lembras-te de todos os nossos risos em coro, as nossas histórias e as nossas confidências? São agora apenas lembranças de uma vida passada, de uma amizade já acabada, lembras-te de termos elaborado um plano futuro para as nossas vidas? ”Eu estarei lá para sempre para ti tal como tu para mim”, são apenas promessas passadas, planos que ficaram na gaveta à espera de um dia serem recuperados, mas há coisas que não se recuperam, simplesmente as coisas não voltam a ser como eram, por muito que queiramos há um vazio, um espaço vazio no meio que nem com uma ponte se iria recuperar.

Às vezes bate a saudade de nós, de te ter comigo, de todas as fotos que tirámos, de todas as festas de pijama que fizemos, de todas as vezes que saímos e acabavas por dormir em minha casa, dos momentos que passámos, do meu riso contigo, de ouvir o teu e de ter aquela vontade de te contar tudo, de te ouvir a falar de coisas banais. Às vezes penso o que aconteceu para tudo ter ficado assim? Quando é que nos afastamos? E foi culpa de quem? Minha? Tua? Tenho saudades de momentos mas acho que é apenas isso, saudades das nossas aventuras e conversas, crescemos e infelizmente não o fizeste ao meu lado.

Apesar de tudo, e apesar de nos termos perdido, obrigado por tudo.

Texto de Daniela Lopes

Deixa o teu comentário

Recomendado para ti...