Acabou, e só tu é que insistes em não acreditar.

Acabou e só tu é que ainda insistes em não acreditar. Eu sei dos teus choros, gritos e brigas. Sei da tua vontade para que desse certo, sei do teu esforço em continuar e fazer com que tudo se resolvesse. Eu conheço a tua luta, acredita. Mas acabou no momento em que tu respiraste fundo e decidiste acolher a tua dor com o silêncio.

Ele não te arranca mais sorrisos, não toca as tuas mãos como antes e tu já não enxergas aquele brilho nos olhos com que ele antes te recebia. Já deu o que tinha a dar. Segue os teus passos e desprende do peso que já não alimenta mais o teu coração.

Acabou desde quando ele te olhou com desprezo e te mandou sair da vida dele, quando ele abriu o peito e te expulsou sem nem sequer ouvir o que tu tinhas para dizer. Acabou quando doeu em ti e ele não se importou com isso. Tu sabes que quando existe amor, o outro sabe sempre e sente quando nos causa dor.

Acabou quando ele foi insensível contigo ao ponto de nem sequer perceber isso. Quando tu choraste porque as coisas estavam difíceis de se acertar e ele não te amparou, quando ele disse para tu te virares sozinha porque ele tinha uma festa para aproveitar com os amigos. Acabou quando o abraço que ele te deu não serviu como refúgio, estava mais para um campo de guerra e tu sabias que ali não era mais o teu lugar.

Olha bem para ti. Não existe um pedaço teu nesta relação. Isso acabou quando os teus pequenos pedidos passaram a ser ignorados, e os teus mínimos defeitos estavam a ser tratados com frieza. Tu sabes que o amor precisa de ter empenho de ambas as partes, precisa de conversa, de presença, de equilíbrio dos dois lados, e naquela noite de desespero em que só tu te preocupaste, acabou.

Mesmo que o teu coração ainda tente sussurrar o nome dele, a tua mente em sã consciência sabe que literalmente chegou ao fim. Acabou quando tu começaste a duvidar do amor que ele dizia sentir por ti, porque todas as atitudes dele só te feriam e nada mais te curava. Acabou quando tu decidiste parar de correr atrás e também seguir os teus passos.

Tu tropeçaste várias vezes nas lembranças que ele te deixou no meio do caminho, mas acabou quando tu não voltaste atrás, quando seguiste de cabeça erguida e peito cansado, quando aceitaste que tudo isso, um dia, iria passar e quando passasse, tu ainda irias rir de tudo.

Acabou quando tu olhaste para ele, sorriste e balançaste a cabeça, dando um sinal de negação. Quando tu viste que ele escolheu perder-te da pior forma, e que tudo isso não te fez perder absolutamente nada porque quem se livra de quem não mais acrescenta, não perde, ganha!

Texto de Iandê Albuquerque

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