A vida é uma mudança contínua, cada idade tem os seus estágios de assentamento da personalidade, como uma preparação para o que vem depois, até que o homem atinja seu pleno amadurecimento. Há indivíduos que, por escolha ou necessidade, “tornam-se grandes” rapidamente, mas outros que chegam a esse objetivo apenas muito tarde, nunca chegam a ele ou tentam deixar para o mais tarde possível. Esses últimos são os chamados “eternos Peter Pan”.
O crescimento é um processo que deve seguir o seu caminho natural, por isso não é bom pular as etapas sem aproveitar a infância e a juventude, nem se recusar a evoluir, restando bloqueados na adolescência. No segundo caso, estamos lidando com homens egoístas que só sabem se concentrar em si mesmos, em suas próprias necessidades e não concebem que alguém possa existir além deles.
A individualidade deve ser cultivada e protegida enquanto se está nesse período de existência em que se aprende a conhecer-se e a compreender capacidades e limites.
Mas quando ficamos atolados na nossa autogratificação, corremos o risco de não ir mais longe. Mesmo os menos sensíveis em algum momento podem perceber que algo está faltando ou não funciona, porque o homem não é feito para viver na solidão, mas para tecer relacionamentos e relações sociais.
Conviver com os outros implica, no entanto, sair da sua própria dimensão, ter que “dar conta” a alguém e não apenas a si mesmo. Para o imaturo crônico, qualquer vínculo, amor ou amizade, que requer cuidado, atenção e responsabilidade, equivale a uma verdadeira prisão.
Pensar em ser capaz de mudar essas pessoas com carinho, para despertar nelas a melhor parte, muitas vezes acaba sendo uma falência.
Aqueles que envelhecem sem crescer também são condenados à infelicidade, porque nunca aceitarão as transformações fisiológicas de seu corpo, como rugas e cabelos grisalhos. Um “adolescente de 40 anos” experimentará tudo isso com desconforto, descarregando a sua frustração naqueles que o cercam.
Você não pode forçar alguém a crescer porque a maturidade deve ser um ato de consciência. A única estratégia possível a ser adotada com um Peter Pan é deixá-lo em paz, colocá-lo diante de seus erros, e talvez assim ele possa acordar, reconhecer a realidade e, por fim, talvez, escolha se tornar grande.
Por: Autor Desconhecido