Eu nunca tive medo de errar. E já faz algum tempo que eu pareço não saber fazer outra coisa. Porque, desde criança, eu gosto de pagar para ver.
Eu prefiro me decepcionar do que perder uma chance, e prefiro ter o coração partido do que ver uma oportunidade partir.
Mesmo que essa busca por uma vida com tanta intensidade e com tanto desejo de acertar, me faça tropeçar nessa minha vontade de viver.
E apesar de saber que seria mais fácil se eu usasse sempre a razão, eu nunca consigo deixar a minha emoção de lado. Pois a minha intuição é o meu escudo, e o meu coração sempre luta comigo quando quer me ver feliz.
Se fosse para tirar o pé do acelerador, para pensar antes de agir, ou para calcular as consequências, não seria eu, não seria o meu coração pulsando, e, consequentemente, eu não viveria nada daquilo que eu sinto.
Então, desde cedo, eu me acostumei a colecionar erros. E por esse motivo, há quem diga que eu não sei viver. Será mesmo? Será que existe algum sentido em viver se não for para satisfazer as suas próprias vontades?
Se isso for verdade, eu prefiro não saber viver até o fim, pois foi tentando acertar que a felicidade resolveu se aproximar a de mim.
Texto de Neto Alves