Com o tempo eu habituei-me à tua ausência
Eu quis viver contigo no topo da montanha, debaixo do arco-íris e de toda a felicidade do mundo, mas tu não soubeste acompanhar-me na escalada. Talvez às vezes eu tenha adotado um ritmo acelerado de mais, confesso que sim. Mas a pressa de chegar era mais que muita. Tentei resgatar-te sempre que tu perdias as forças. Mas o amor precisa de um equilíbrio natural. Não se pode lutar, caminhar, correr, e muito menos amar pelos dois.
Eu acabei por chegar ao topo sem ti. O cenário não foi o mesmo que havia idealizado contigo: não encontrei o arco-íris, mas a lua tornou-se a melhor companheira enquanto o sol não chegava.
Aprendi que não existe a formula perfeita. Aprendi que é na escalada da vida que nos fazemos Homens e Mulheres. Que é preciso escorregar muitas vezes e cair outras tantas. Mas haverá sempre quem, como tu, fique pelo caminho. Aprendi que somos feitos de ontens e de agoras. De momentos e alguns contratempos. De inícios e finais, e que há recomeços que têm mesmo de acontecer.
O tempo fez-me habituar à tua ausência. Tornou-se normal acordar sem ter uma mensagem tua de ‘bom dia’, habituei-me a não voltar a sentir o calor do teu toque e o conforto do teu abraço. A pouco e pouco esse tipo de coisas deixaram de me fazer confusão.
Aprender, aceitar e viver. Três palavrinhas chave. Deixar o sol entrar, e ser feliz um dia de cada vez. É esse o segredo.
Texto de ARP