Começo a suspeitar que o amor da minha vida sou eu!
O amor da minha vida sou eu. E dizer isso em voz alta não é ato de egoísmo ou orgulho, é uma reflexão que devíamos interiorizar a cada dia.
Não é egoísta quem atende a si mesmo, quem resolve os seus medos e cura as suas feridas, quem deixa para trás o que o fere e encontra o amanhã com otimismo e força.
Porque se eu estiver bem, vou ser capaz de dar o melhor de mim para os outros.
Eu serei capaz de ser feliz e de dar felicidade.
“Eu não preciso ser melhor do que ninguém, não preciso ter o que o outro tem. Basta-me ser eu mesmo, ser o amor da minha vida para poder oferecer a mim mesmo e aos outros o melhor que está na minha alma calma e no meu coração sereno, desprovido de ódio ou rancor.”
Embora nos surpreenda, não é fácil chegar a este estado, onde somos capazes de amarmos a nós mesmos plenamente e sem limitações. Estamos quase sempre acostumados a priorizar as necessidades dos outros, e muitas vezes ficamos “agarrados” a coisas como se fossem a nossa identidade única: um trabalho, uma casa, dinheiro…
Há muitas dimensões que nos estão a cobrir, camada por camada, com uma casca que nos faz perder gradualmente a essência que é o amor-próprio.
Porque nós nunca nos devemos esquecer que se nós estivermos bem, o mundo estará bem. Se os teus pensamentos e as tuas emoções não vibrarem com essa harmonia interior e o respeito por ti mesmo, a tua realidade será distorcida.
Eu tinha-me esquecido: o amor da minha vida sou eu!
Talvez em algum momento tu esqueças que o amor da tua vida eras tu, porque priorizaste demais os outros. Ou também pode ter sido projetada em ti desde a tua infância uma insegurança e valores que nunca te priorizaram como pessoa.
Chega um momento em que temos que deixar para trás algumas coisas, algumas pessoas, algumas situações … Alguns vão chamar isso de egoísmo, mas eu chamo de amor-próprio.
Amor-próprio não é algo ensinado nas escolas. Na verdade, é um aspecto que todos nós vamos lentamente descobrindo e que armazena um poder acerca do qual nunca nos tinham falado.
O amor-próprio, só de pensar que eu sou o amor da minha vida, não é um ato de egoísmo. Não desde que esta dimensão esteja focada na construção e proteção da nossa auto-estima. Nós devemos gostar de nós próprios para nos protegermos, nos conhecermos melhor, para que nada nem ninguém nos manipule, para sabermos o que queremos e o que não queremos.
O amor-próprio é um sentimento do qual não nos devemos envergonhar. Ele não é apenas uma ferramenta de bem estar interno, ele permite manter um equilíbrio que nos permite ter empatia e respeito também pelos outros.
Estratégias para lembrar que o amor da nossa vida somos nós:
Sejam quais forem as circunstâncias que nos levaram a esquecer que os pilares de nossa vida somos nós mesmos, nunca é tarde demais para recuperarmos essa crença, nunca é tarde demais para recuperarmos essa força interior com a qual recuperamos o equilíbrio para sermos felizes e para oferecer conforto para aqueles que amamos. Aqueles que realmente merecem.
“Conforme tu andas nos caminhos da tua vida, tu percebes que o que importa não é quantas coisas tu tens, mas sim o seu valor …”
Convidamos-te a tomar nota de uma série de aspectos para refletir. Respira fundo e pensa sobre eles com cuidado, relembrando sem hesitação que o verdadeiro amor da tua vida és tu mesmo:
- Mantém um diálogo interno: analisa quais aspectos e situações diárias violam a tua autoestima, e te afastam de quem tu realmente és. Talvez tu devas deixar certas coisas, pessoas ou situações para trás.
- Simpatiza contigo mesmo: tu empatizas com qualquer um que vês. Tu entende a sua situação, a sua dor, as suas necessidades… mas e tu? O que tu dirias para ti mesmo se estivesses diante de ti?
- Tu és autêntico, único e irrepetível. Isto não é um slogan, não é uma frase. É uma realidade na qual deves começar a acreditar a partir de hoje. Tu tens virtudes, características e essência que te fazem único no mundo, e, portanto, importante.
- Atreve-te a amar e a dedicar mais tempo ao que tu mereces, porque amar a si mesmo não é parar de amar os outros. É reconhecer-se e fazer-se feliz, porque quando tu começas a ser feliz, consegues as melhores coisas na vida.
Texto de Valeria Sabater (tradução)