Diz-me que não sentes nada quando me vês, quando nos aproximamos, quando nos abraçamos.
Diz-me que não sentes o teu coração acelerado e a tua mente a voar.
É raro isto acontecer comigo, mas ultimamente não consigo deixar de pensar em ti, no teu sorriso, em como te expressas, na tua forma tão simples de me fazeres rir e de me questionares, de me desafiares, de me impactares.
É curioso, há um par de meses atrás éramos apenas um par de estranhos, passamos de olhares tímidos a sorrisos efusivos, passamos de uma simples saudação quando nos cruzávamos na rua a largas noites de intermináveis conversas sobre a vida e o mundo, esse mundo que ambos queremos conhecer…
Amo a forma como nos entendemos, a forma como mesmo sem palavras nos comunicamos, a forma como nos basta um olhar para nos entendermos, para reconhecermos muitos dos pensamentos um do outro.
Parece-me tudo tão rápido, mas acontece que quando eu menos esperava tu começaste a assaltar o meu pensamento de forma recorrente, tornaste-te o motivo dos meus sorrisos inesperados e involuntários…
E a verdade é que… quando te olho eu tremo, falta-me o ar e o chão move-se, tornaste-te figura constante nos meus pensamentos, nos meus sonhos e nas minhas noites de insónia…
Tenho medo de te dizer que te amo e de te perder, mas já não me quero calar… encantas-me, emocionas-me, enlouqueces-me.
Chega mais perto de mim, beija-me como já fizeste antes, daqueles beijos na bochecha que se agarram aos cantos dos lábios, dá-me outro abraço desses que, por serem tão quentes, se recusam a soltar, agarra nas minhas mãos, redesenha as linhas das minhas palmas, inventa histórias da minha vida e prevê destinos prováveis, mas tenta que em cada um deles, tu apareças.
Não me soltes, aquece o meu corpo, neste inverno que se faz tão frio…
Vamos! Sejamos sinceros, aceitemos que somos os responsáveis por estes sorrisos recíprocos que por vezes nos apanham desprevenidos, por estes nossos pensamentos quase telepáticos, que se encontram, que se hipnotizam, que se entrelaçam.
Creio que este é o momento certo para dizer que te quero, e os teus olhos dizem-me que tu sentes o mesmo. Atrevo-me, eu vou dizer-te.
Mas se tu me disseres que não sentes o mesmo, eu simplesmente irei embora.