Esses dias tive mais uma decepção a acrescentar à pilha de decepções que ultimamente venho acumulando.
Uma que apesar do cheirinho de nova, era extremamente familiar a todas as outras.
Aconteceu o que sempre acontece quando esperamos demais das pessoas: não demora muito para quebrar a cara.
E eu quebrei a minha. Lindamente.
Dei com tudo no muro. E depois me perguntei de onde tinha surgido aquele muro.
Até que percebi que o muro sempre esteve lá. Eu é que não o tinha notado.
Na maioria das vezes em que nos decepcionamos com alguém, só nos decepcionamos porque escolhemos nos cegar. Escolhemos não ver o que sempre esteve nítido e claro na nossa frente.
A vida diz. A vida conta. A vida não esconde.
A gente é que vira a cara por vontade própria.
A culpa foi minha.
Permiti que me usassem, que me manipulassem e que me ignorassem com o meu próprio aval. Com a minha própria permissão.
E tudo bem. Acontece.
Às vezes nós mesmos nos botamos em situações que não merecemos.
Às vezes nós mesmos deixamos entrar nas nossas vidas pessoas que não mereciam passar nem pela porta de entrada.
Porque as pessoas são assim. Enquanto acham que podem tirar algum proveito de ti, estão ao teu lado.
E quando não precisam mais, passam a não estar.
Fogem da gente assim de forma rápida, fria, sem adeus, sem explicações, sem peso na consciência.
As pessoas descartam as outras como se fosse fácil. Porque para elas, é.
É difícil conviver com as pessoas quando tu tens o péssimo hábito de te apegar a elas.
E é difícil fingir que não te importas quando alguém te decepciona.
É difícil deixar para lá quando o pensamento martela forte.
É difícil… mas eu continuo tentando.
E se eu aprendi a minha lição? É claro que não.
Tenho certeza que muito em breve estarei passando mais uma vez por isso.
Porque eu sou assim. Adoro perder o meu tempo com quem não merece nem um segundo meu.
Texto de Marina Barbieri