A dignidade é a fronteira pessoal e emocional que serve como um protetor psicológico.
Dependendo de onde tivermos esse limite, as nossas relações pessoais e sociais gozarão de uma melhor saúde, de um melhor equilíbrio.
A nossa dignidade nas relações afetivas não deve aceitar que nos rebaixemos nem façamos concessões. No momento em que começamos a ceder e a fazer uma renúncia atrás da outra, essa barreira excepcional e valiosa se romperá.
Se pensarmos bem, iremos dar-nos conta de que são poucas as vezes em que paramos para analisar essa dimensão tão íntima e tão importante de nós que se chama dignidade.
Não o fazemos, em primeiro lugar, porque nos educaram com a ideia de que, se amamos alguém, devemos dar tudo em troca de nada por essa pessoa.
Às vezes é muito complicado conseguir ver onde começa a verdadeira reciprocidade e onde termina a fronteira na qual se abre essa chantagem oculta, discreta, mas voraz, em as que nossas emoções são manipuladas.
É importante levar isso em conta e proteger a nossa integridade pessoal. Porque a dignidade é o respeito que tu sentes por ti mesmo.
“Amei-te até um ponto em que a minha dignidade disse: não vale a pena”. Se esta frase faz sentido para ti, então tu sabes, melhor do que ninguém, que o amor às vezes tem um limite, que se chama precisamente “dignidade”.
Sabemos que há amores aos quais nos entregamos com os olhos vendados e com o coração a bater forte. São saltos para o vazio que fazemos livremente porque assim o queremos, porque assim o sentimos.
Tudo isso seria justificável, desde que não puséssemos em jogo a nossa dignidade. Há relações afetivas em que, às vezes, não vemos os limites. Damos tudo sem esperar nada. Qualquer esforço é pouco para fazer o outro feliz.
Até que, um belo dia, nos damos conta do profundo vazio que sentimos no nosso interior. Não é que algo nos falte, é que tudo vai mal; nada está em sintonia e toda a energia é direcionada a apenas uma pessoa.
Enquanto isso, tu te alimentas apenas de migalhas.
Há momentos nas nossas vidas em que vale a pena sermos corajosos e arriscar. No entanto, não podemos esquecer – é preciso arriscar tendo várias coisas bem seguras: a tua autoestima, a tua dignidade e o teu direito de ser feliz.
No momento em que alguma dessas coisas falta, devemos tomar uma decisão, tendo sempre em conta que: quem gosta verdadeiramente de nós preocupa-se todos os dias com o nosso bem-estar.