E chega um dia em que tu te perdoas.
Pelos erros cometidos, pelas chances desperdiçadas e pelas escolhas mal feitas. E isso acontece não por acomodação ou fraqueza, mas porque a maturidade ajuda-te a reconhecer e respeitar as tuas razões e os teus limites.
Então tu páras de te culpar a ti mesmo por aquele sonho incompleto ou por aquele relacionamento que chegou ao fim. Entendes que cada um só pode dar aquilo que tem e que nem sempre o melhor de cada um de nós é o suficiente.
Aceitas também que a vida é um ir e vir infinito e que certas coisas e pessoas realmente chegam com o propósito de partir, de deixar saudade ou de deixar uma aprendizagem. Compreendes que em muitas situações passadas tu foste obrigado a tomar decisões para as quais ainda não estavas preparado e, aí, crias forças para reescrever o que foi mal escrito.
Aceitas que as pessoas que amas também têm o direito de errar, que a distância não destrói amizades verdadeiras, que as opiniões adversas são as que mais te fazem crescer, que o medo é um combustível poderoso, que a saudade é uma cicatriz que vale a pena carregar e que a culpa é uma cela em que o prisioneiro e o guarda são a mesma pessoa.
E então, depois que percebes tudo isso, tu fazes as pazes contigo mesmo e encaras a vida com mais serenidade. Porque tu entendes, finalmente, que precisas ser sempre o primeiro a perdoares-te, já que és o único que conhece verdadeiramente os teus motivos.
Texto de Rafael Magalhães