Já Foste

Existe uma grande diferença entre desistir e perceber que não vale a pena

Desistir é abrir mão e descartar. É uma libertação. É colocar um ponto final. Desistir é jogar tudo para o alto, é rasgar os planos. Desistir é seguir em frente sem olhar para trás. Desistir é coragem, é um risco. Desistir é escolher caminhar por outro lado. Desistir é uma escolha incerta, é libertar-se dos reais sentimentos. Desistir é lavar as mãos, é despedir-se sabendo que tudo vai ser diferente. Desistir é partir.

Desistir é desejar uma nova perspectiva, um outro amor. Desistir é não querer mais. Desistir é definitivo, é não ter medo de perder. Desistir é revolucionário, é desapego. Desistir é renunciar. Desistir é mudar de opinião, é não insistir, não continuar. Desistir é largar, abandonar, ceder e deixar.

Por outro lado, perceber que não vale a pena é doloroso. Bastante doloroso. Talvez por um erro ou um deslize de alguém. É como jogar todas as expectativas no lixo. Perceber que não vale a pena é brigar com a própria consciência, é olhar-se no espelho e ter um choque de realidade de que o mundo desmoronou. Perceber que não vale a pena é cair em si de que existe alguma coisa errada, é levar uma bofetada na cara e acordar para a vida. É cair e magoar-se.

Perceber que não vale a pena é cansar-se de bater com a cabeça na parede. É levar uma facada nas costas de quem menos esperávamos. Perceber que não vale a pena é levar para longe toda a bagagem pesada que estamos carregando, na esperança de um dia nos sentirmos leves novamente.

Chega um momento nas nossas vidas em que nos deparamos com o “e se”, duas palavras que estremecem a alma de qualquer ser humano. A confusão domina os sentidos e atitudes, não sabemos se damos um passo em frente ou se recuamos duas vezes. A incerteza pode levar à loucura, pois causa desespero e não se controla facilmente. O importante é sabermos o momento certo de parar. O coração suplica por socorro e, no meio de toda essa bagunça, precisamos escutá-lo.

Em ambas situações, embora sejam diferentes percepções, o destino é o mesmo. Mudanças são necessárias para a nossa evolução. É difícil sair da zona de conforto, da comodidade ou dos braços de alguém. Mas a vida ensina aqueles que estão dispostos a aprender. Mudanças são chaves principais de grandes portais a serem descobertos. Se permanecermos infelizes ou insatisfeitos onde estamos, ninguém poderá ajudar-nos a sair desse abismo. Primeiro é preciso querermos e escolhermos a felicidade. E, depois disso, perceber o valor do sorriso e nunca mais perdê-lo.

Nós não estamos obrigados a ser um exemplo perfeito. Mas, de qualquer forma, deitar-se com a consciência tranquila é o primeiro passo para se ter uma boa noite de sonhos. Portanto, tudo depende só de nós. Desistir ou perceber que não vale a pena não é fraqueza, muito pelo contrário, é maturidade para filtrar o relevante do essencial. Dizer não é fundamental, afinal, quem aceita qualquer coisa acaba por ficar refém de qualquer um.

E, mesmo quando der vontade de chorar, seremos felizes até onde der.

Não te esqueças que só vivemos uma vez, perder tempo é ignorância.

Permite a ti mesmo ser feliz!

Texto de Jéssica Pellegrini