Não aceites meias verdades, meia atenção, meia companhia, meio amor. Não sejas menos por conta de ninguém, ou acabarás por viver à sombra do outro, à sombra da vida em si, conformado com muito menos do que tu mereces.
Não aceites meias verdades. Temos o direito de saber o que o outro está disposto a fazer por nós, quais dos nossos sonhos se encaixam nos dele. Precisamos de relacionamentos sinceros e verdadeiros, necessitamos de ir ao encontro da sinceridade, ou caminharemos incompletos.
Não aceites meia atenção. Não te rebaixes para obteres um mínimo de consideração de ninguém. Humilharmo-nos irá retirar de nós qualquer traço de dignidade capaz de nos tornar alguém que tem algo a oferecer. Mais tarde ou mais cedo encontraremos quem nos admirará, quem se sentirá bem perto de nós pelo que somos, alguém que acreditará nas nossas verdades e compartilhará os nossos sonhos com afeição mútua.
Não aceites meia companhia. Quando juntos, a entrega deve ser integral, completa, transbordante. Não te contentes com esperas sem resposta, mensagens breves, passos apressados e descoordenados dos teus. Quem estiver junto, tem de estar bem junto, próximo, afetivamente presente quando precisarmos. Não importa a quantidade de tempo ao nosso lado, mas a intensidade da proximidade, para que nos sintamos realmente importantes na vida de alguém, seja por minutos, seja por horas.
Não aceites meio amor. A entrega deve ser soma, acréscimo, multiplicação, pois o que subtrai diminui-nos, descaracteriza-nos, anula-nos. O amor é totalidade, é querer ficar junto, é olhar fundo na alma um do outro, de forma que ambos se sintam desejados, valorizados. Amor é ida com volta, é encontrar sempre a melhor forma de fazer o outro sentir-se bem. Amar tem a ver com prazer e não com dor, jamais.
Vive as tuas verdades, caminha ao ritmo das batidas do teu coração, segue o rumo que norteia a realização dos teus sonhos. Põe tudo de ti no que te alimenta a alma, sê a sintonia entre o que pensas e o que fazes, para que caminhes naturalmente ao encontro de relações sinceras e inteiras. Não sejas menos por conta de ninguém.
Texto de Marcel Camargo