Não percas o teu tempo comigo

Verdade seja dita. Eu não sou como tu esperavas. Eu não sou uma loira-barbie para te acompanhar nas festas do jet set que tu frequentas. Eu não tenho um par de peitos de 300ml de silicone em cada um. Não tenho uma bunda de 102cm de diâmetro como a da Juliana Paes. Eu sou muito mais do que tu esperas. Muito mais do que tu aguentarias. E talvez até mais do que tu mereces.

Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar contigo quando eu realmente quiser estar. Vou ligar-te quando eu quiser falar contigo. Porque eu não finjo vontade. E nem vou fingir vontade de ti. Não vou fazer joguinhos. Eu entrego-me mesmo. Assim. Na lata. Eu abro o meu coração. Rasgo o verbo. Dou-me em prosa. E se te disser que não te quero, o meu olhar vai desmentir-me na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou contigo, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.

Então, não percas o teu tempo comigo. Eu não sou um corpo que tu achaste na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do teu dinheiro. Muito menos do teu carro. Mas, talvez, eu precise dos teus braços fortes. Das tuas mãos quentes. Do teu colo para eu me deitar. Do teu conselho quando o meu lado menina não souber o que fazer com o meu futuro. Eu não te vou pedir nada. Não te vou cobrar aquilo que tu não me podes dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiveres comigo, sê tu mesmo. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareças pela metade. Não me venhas com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde tu moras. Desde que tu saibas o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto tu ganhas. Quero saber se ganhas o dia quando estás comigo.

Tu não me vais ver a mentir. Desiste. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre a minha altura. Até sobre os meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre a minha noite anterior. Sobre a minha viagem inesquecível. Mas não aguentaria mentir sobre ti por um segundo. Não na tua cara. Mentiria para as minhas amigas sobre a tua beleza. Diria que tens corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faças mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na tua. Não me obrigues a jogar. Não me obrigues a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faças tirar-te da minha vida porque o meu coração ainda acelera quando tu me ligas.

Insisto. Não percas o teu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no teu carro se não puder entrar na tua vida. Não me contes o teu passado se eu não puder viver o teu presente. Não faças planos comigo se não me incluíres no teu futuro. Não me apresentes os teus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Poupa-me do trabalho de adivinhar os teus pensamentos. Diz que me queres apenas quando for verdade. Diz que estás com saudade apenas se sentires a minha falta do teu lado. Pede a minha companhia quando não desejares só o meu corpo. Liga-me quando tiveres algo para dizer. Mas, por favor, desliga se não estiveres a fim de mim.

Texto de Brena Braz

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