Chamamos de conquista, àquele esforço de correr atrás de alguém que – em um primeiro momento – não está assim tão a fim de nós. Geralmente é assim, temos tendência a querer aquilo que não se pode ter. Deseja-se o que parece inatingível.
O problema disto é que, na maioria das vezes, não vale a pena. Acaba tornando-se um desgaste emocional que no fim das contas se transforma, apenas, em desperdício de energia. Agradar alguém que não tem interesse em ficar contigo é perda de tempo. Querer estar com alguém que não tem como prioridade te ter ao seu lado é perda de vida.
Às vezes, acreditamos que algumas pessoas são tão ótimas no imaginário que criamos delas, que vale a pena pagar qualquer preço para tê-las nas nossas vidas, para que elas se tornem as protagonistas do nosso dia-a-dia.
A verdade é que ninguém merece tanto esforço assim. É errado mudar a nossa essência, os nossos gostos e o nosso jeito de ser para tentar encaixar-se em outra pessoa. Bom mesmo é quando chega alguém que te admira por quem tu és, sem máscaras, sem teatros e sem disfarces. Bom mesmo é quando chega alguém que se apaixona pelas tuas imperfeições e vê nas tuas limitações, motivos para continuar ao teu lado.
Quando é para ser, a pessoa gosta de ti mesmo se tu apareceres na vida dela de pijama na padaria num domingo de manhã. Porque quando chega alguém que é para ficar, tudo se torna simples. Ela ri das tuas piadas, gosta do teu cheiro e se sente em paz na tua companhia. Existe harmonia, como se ela já soubesse o roteiro a ser seguido.
Desconfia sempre se uma pessoa é difícil. Se a conversa não tem continuidade ou encontrar-se com ela é custoso. Não há dificuldade quando existe vontade, é apenas falta de interesse. Não precisamos gastar energia demonstrando o nosso valor para alguém que não quer enxergar a beleza que é fazer parte dos nossos dias.
Bom mesmo é ser natural. Bom mesmo é acreditar que, um belo dia, alguém que compreenda o teu valor aparecerá. Alguém que acredite no melhor que existe em ti – além do pijama de bolinhas ou da conversa sobre gostos pessoais.
Porque a melhor parte da vida é quando chega alguém que te faz ver a vida de forma simples, quando a conversa não se torna uma estratégia de xadrez, e sair para ver o entardecer não precisa de burocracias. Alguém com quem se possa conversar sobre a lua, a vida, o futuro e as séries atuais, sem perder o entusiasmo.
O melhor momento desta odisseia de relacionamentos é quando chega alguém que te traz a certeza de que tu és a melhor pessoa do mundo sendo exatamente quem tu és. Não é disto que todos precisam?
A vida já é complicada o suficiente para querer amores difíceis também.
Texto de Francisco Galarreta