Todos nós somos livres quanto às nossas atitudes, mas não estamos livres das consequências. Um gesto, uma palavra ou uma atitude ruim causam sempre um impacto mais ou menos perceptível, e acredita se quiseres, o tempo é um juiz muito sábio. Apesar de não emitir sentença imediatamente, costuma sempre dar a razão a quem realmente a tem.
Vejamos apenas um exemplo: imaginemos um pai educando os seus filhos com grande severidade e sem qualquer afeto. Com o tempo, essas crianças transformadas em adultos darão a sua sentença: irão afastar-se ou evitarão esse pai, atitude que talvez o pai mais tarde não consiga entender. O motivo disso é que muitas vezes quem machuca não se sente responsável pelas suas atitudes, carece de uma boa intimidade emocional e prefere usar a culpa (os meus filhos são mal-agradecidos, os meus filhos não gostam de mim).
Uma forma básica e fundamental de pensar é que todo o gesto, por menor que seja, tem consequências. É o que se chama de “responsabilidade plena”. Ser responsável não significa apenas assumir a culpa das nossas ações, é também entender que aquilo que fazemos, dizemos ou pensamos pode ter consequências sobre os outros.
A responsabilidade é um gesto de coragem. Entender que a solidão de agora é consequência de uma má atitude no passado, por exemplo, é sem dúvida um bom passo para descobrir que todos estamos unidos por um fio muito fino onde um movimento negativo ou brusco traz como consequência um nó ou a ruptura desse fio. Desse vínculo.
Precisamos procurar que os nossos gestos falem mais do que as nossas palavras, que a nossa responsabilidade seja o reflexo da nossa alma; para isso, é necessário procurarmos ter sempre bons pensamentos. Então, certamente o tempo nos tratará como nós merecemos.
É preciso considerar que somos “proprietários” de boa parte das nossas circunstâncias de vida, e que um jeito de conseguir o nosso próprio bem-estar e o daqueles que nos rodeiam é por meio da nossa responsabilidade pessoal.
Texto de Valeria Sabater (tradução)