O teu silêncio foi o adeus mais bem dito que eu já ouvi
Eu estou indo embora. Sei que você não perguntou e, às vezes, nem vai notar, mas pelo pouco que você me conhece sabe que eu viria dizer adeus, ainda que não vá ter uma resposta sua. É que eu cansei. Cansei de viver por dois, amar por dois, entender por dois, conversar por dois.
Me doei demais e você nem quis receber. A intensidade com que eu sinto e vivo as coisas assusta, eu sei. Mas, olha, de verdade, prefiro ser assim. Quando senti saudade, eu disse. Quando quis o teu abraço, eu pedi. Quando você fez silêncio, eu quebrei. Quando você me partiu, eu consertei. Quando você, naquela noite, me pediu entrega, eu entreguei. Até o que eu não tinha, te dei. Até o que eu pensava não possuir, eu ofereci.
Você estava perdido, meio mal, não sabia por onde ir. Segurei sua mão, segurei forte e te disse que não te abandonaria. Mas, você me abandonou e eu não posso continuar acompanhando quem quer seguir sozinho. Não estou quebrando promessa. Longe disso. Estou me quebrando para deixar você ser inteiro longe, como quer. Estou partindo para não me doer mais ver esses olhos vazios, toques cautelosos, palavras poucas e sem sentido. Sentir você já não sabe mais.
Não pense que vai ser fácil, mas você nem liga, não é?! Seu silêncio foi o adeus mais bem dito que já ouvi. O meu é escrito para eternizar o que, talvez, eu poderia me esquecer se só falasse. Você quebrou promessas, me quebrou, quebrou o que levei um tempão para arrumar e, sinceramente, não preciso disso. Não mereço isso. Você, que disse que continuaria aqui, que aceitou os meus abraços demorados, meu colo, meu corpo e meus olhos. Você que disse querer me conhecer melhor que eu mesma.
Não sei onde eu errei ou se errei. Talvez o erro tenha sido acreditar em quem não sabe ser de verdade. Eu sei que sou. O meu adeus também vai ser. E se algum dia você perceber o erro que foi ter perdido o amor que um dia você me pediu e eu dei, saiba que vai ser tarde demais. Eu amo muito, mas me amo mais.
Por: Isabella Gonçalves