Domingo de manhã, o pai de família estava tranquilamente na sala a ler o jornal. Entre uma notícia aqui, uma reportagem ali, as folhas do jornal abanavam frequentemente porque não demorava muito até passar alguém a correr por perto… A família estava feliz e muito animada.
– Mãe viste a minha blusa branca? Já secaste as minhas meias? Perguntou a filha do meio.
– Mãe! Olha aqui o Daniel, ele não me deixa jogar no computador. Reclamou um dos filhos mais novos.
– Ó mãe! Sempre conseguiste arranjar aquele documento que eu peciso? Perguntou o filho mais velho.
O pai começou a pensar:
Caramba! Ser pai é uma coisa meio ingrata. Fazemos de tudo para agradar os filhos, mas parece que somos invisíveis. Parece até que para os filhos nós nem existimos. Eles só têm olhos para a mãe. Isto de certa forma é um pouco chato.
Enquanto o pai ainda pensava sobre esses complexos assuntos familiares a menina mais velha chamou-o:
– Pai?
Imediatamente ele pensou:
Sou mesmo exagerado! Onde já se viu! Agora com esta idade deu-me pra ficar aqui todo cheio de sensibilidades e a achar que os filhos só ligam à mãe… Era só o que faltava! Desta maneira vou acabar por me tornar um velho rabugento e que só sabe reclamar…
– Pai!… Acorda pai!… Estou a falar contigo.
– Olá filha! Chamaste? Perguntou o pai, que agora estava todo feliz.
– Pai!… Sabes onde está a mãe?