Posso não saber para onde irei, mas sei bem para onde nunca mais voltarei
Não voltes aos mesmos erros, aos caminhos que já sabes que não levam a lugar nenhum, às promessas quebradas, ao relacionamento fracassado, aos amigos hipócritas, ao emprego desumano. Não abras mão daquilo que tu és, daquilo em que acreditas, ou ninguém reconhecerá a grandeza que tu possuis dentro de ti.
Há lugares para onde nunca mais devemos voltar. Jamais. O ontem deve permanecer lá atrás, de forma a redirecionarmos as nossas energias em direção a acertos e vitórias que nos tornarão cada vez melhores e mais felizes.
Não voltes ao lar que já se desfez, ao colo que não te acolhe, ao vazio solitário de uma companhia dolorida. Devemos ter a coragem de colocar um ponto final em tudo aquilo que nos enfraquece e nos diminui. O nosso caminho deve ser transparente e leve, sem pesos inúteis que impedem o nosso ir em frente.
Não voltes às promessas quebradas, ao relacionamento fracassado, que nada acrescenta à tua vida. Não dês as mãos ao vazio, ao compartilhamento unilateral, ao doar-se sem receber nada em volta. Todos merecemos lançar-nos ao encontro de alguém verdadeiro e que seja repleto de reciprocidade enquanto se dividem os sonhos da vida. Todos merecemos a chance de encontrar uma pessoa que não retorne menos do que aquilo que doamos, que não nos faça sentir a frieza do pior tipo de solidão: a solidão acompanhada.
Não voltes aos amigos hipócritas, às pessoas que se baseiam em interesses e segundas intenções para permanecerem ao teu lado. Amizade deve ser soma, gargalhada, brilho nos olhos e ritmo no coração. Caso não nos faça a mínima falta, caso não nos procure sem razão, nenhum relacionamento pode ser tido como verdadeiro. É preciso poder contar com alguém que permaneça ao nosso lado, mesmo após conhecer o nosso pior lado, e que continue a gostar de nós.
Não voltes ao emprego desumano, que não reconhece o teu valor, que apenas critica e pede sempre mais e mais, sem te dar nada em troca. Procura uma ocupação onde os minutos não pareçam uma eternidade, onde obtenhas reconhecimento, onde possas atuar como personagem principal da própria vida. Não abras mão daquilo que tu és, daquilo em que acreditas, ou ninguém reconhecerá a grandeza que possuis dentro de ti.
Não há como prever o futuro, muito menos controlá-lo. Mas o simples ato de não voltarmos aos locais nem às pessoas onde já sabemos que não somos bem tratados, permite que se abram novas possibilidades para o nosso futuro e novas chances para sermos mais felizes.
Texto de Marcel Camargo