Um dos maiores prazeres de certas pessoas é falar das vidas alheias. A fofoca remonta a tempos imemoriais, sendo encontrada em narrativas bíblicas, autobiográficas e ficcionais, e hoje está presente nos enredos das novelas e nos bastidores do mundo artístico. Já foi motivo de conflitos entre povos, derrubou governos e assolou a vida de famosos. Ela está em todo o lugar, o tempo inteiro e atinge a todos, com maior ou menor intensidade.
Infelizmente, a fofoca alimenta-se daquilo que possa diminuir o outro, tornando-o pior aos olhos das pessoas, uma vez que busca não mais do que o escândalo. Talvez nem exista ninguém que não goste de tomar conhecimento de algum aspecto negativo do outro, no entanto, há quem faça disso um modo de vida, há quem não consiga deixar o outro em paz, ou seja, há quem não consiga cuidar da sua própria vida.
Com o advento da internet, as notícias correm cada vez de forma mais rápida, alcançando milhares de pessoas em questão de minutos. Vídeos pessoais, falas particulares, fotos, entre outros, acabam viralizando virtualmente, tornando qualquer um de nós vulnerável a cair em armadilhas capazes de manchar a nossa imagem de uma forma intensa e cruel. Reerguer-se, então, poderá levar muito tempo, mas jamais seremos os mesmos após esse golpe.
Precisamos estar atentos aos tipos de pessoas que convivem ao nosso lado. Aqueles que à nossa frente gostam de fofocar exageradamente sobre os outros, também irão nos colocar, uma hora ou outra, como personagem principal de alguma história maldosa, uma vez que é isso o que os fofoqueiros fazem e têm para dar, é disso que eles vivem e se alimentam. Cabe a nós não dar ouvidos ou não passar nada daquilo adiante, caso contrário, fatalmente acabaremos em maus lençóis.
Já existem tantas dificuldades e dissabores a serem enfrentados na vida, que não vale a pena trazermos para junto de nós ainda mais problemas, por conta de uma companhia que sente prazer em maldizer quem quer que seja. Escolher com sabedoria as pessoas a quem abrimos o nosso coração é essencial para que possamos enfrentar o mundo com mais chances de não cair demasiadas vezes e de forma demorada.
Cuidarmos essencialmente da nossa própria vida, nesse percurso, poderá nos livrar de muitas armadilhas e de gente dispensável e inútil. E é assim que seremos capazes de sorrir mais vezes, como deve ser.
Texto de Marcel Camargo