A vida não é um mar de rosas. Um dia a gente está a amar loucamente e no outro a gente chora feito uma criança quando quer aquele brinquedo incrível que a mãe não pode dar.
Às vezes nós temos uma sintonia absurda com alguém, mas esse alguém nos decepciona ou então as coisas simplesmente parecem não terem sido feitas para resultar. Eu sei que nesse momento parece que o chão se abre abaixo dos nossos pés, e que às vezes o desejo de mergulhar de cabeça e acabar de vez com esse sofrimento chega a ser maior do que a vontade de seguir em frente.
Quando a gente se apega muito a alguém, e depois nos afastamos, nós ficamos assim mesmo. Sem chão, sem rumo, sem vontade de dar continuidade à nossa rotina de sempre. Os dias parecem cinzas, o cheiro daquela pessoa surge por todos os cantos. A saudade dá um nó no peito, o corpo começa a sentir falta do abraço, do aconchego.
Mas nem sempre isso significa que as coisas chegaram ao fim. Nesses momentos nós precisamos fazer amizade com essa distância toda que nos tem atormentado. Nós precisamos de nos acalmar. Precisamos respeitar o espaço dos dois e enfiar na cabeça que amor a gente não implora. É preciso dar um novo rumo para a vida e realmente ocupar a mente com coisas que dão sentido ao nosso novo estilo de vida, mesmo que seja apenas temporário.
Às vezes as pessoas precisam apenas de um tempo para organizar as coisas e colocar em ordem o amor que sentem por alguém.
Se for para ser, acontece. Se for para voltar, voltará melhor do que antes. Se for para duas pessoas ficarem juntas de novo, nada vai atrapalhar ou torcer contra. Alguns términos são apenas um ”até logo”, e enquanto isso nós precisamos viver a nossa vida sem criar grandes expectativas. Precisamos colocar aquele sorrisão no rosto, reforçar o amor próprio, dar uma chance para nós mesmos. Se for para acontecer, o amor voltará ainda mais convicto, com o peito aberto e transbordando carinho. Voltará ainda mais intencionado.
Texto de Rogério Oliveira