Quando quiseres deixar de ver a vida por entre essa fechadura, quando quiseres atrever-te a espreitar para fora, vais ver que nem todo o céu é cinzento. Nem todo o vento é gelado e nem todas as estações são profundamente negativas.
Quando quiseres dar um passo na minha direção, eu não vou virar as costas mas sim estender-te a minha mão. Quando me olhares nos olhos, eu não vou fazer esse joguinho de desviar e te olhar quando não vires. Não. Eu vou-te olhar intensamente, vou desafiar a tua alma a um confronto de sinceridade, vou despir-te por dentro e conhecer cada canto, cada esquina, cada vírgula, cada entrave.
Quando me quiseres sentir, dar-te-ei o meu peito para que oiças o bater do meu coração, cada bombear, cada fluxo, cada nervosismo e por fim que voes pelo acalmar da minha respiração. Para que sintas as borboletas dentro de mim, chamando por ti, implorando por ti.
Quando quiseres largar essa máscara e arriscar, eu estarei aqui. Estarei aqui debaixo da lua, a contar as estrelas.
Estarei aqui a esperar por ti, para te mostrar porque é que não resultou com mais ninguém. Para te mostrar porque é que os nossos caminhos vieram dar aqui, se cruzaram e esbarramos um no outro. Porque desde que te vi, sinto-me mais completo e nada é ao acaso.
Na linha do tempo, o destino escreveu com letras douradas, tu e eu.
Quando quiseres ser feliz, sabes qual é a minha campainha…
Texto de Pedro Cardoso