Sempre existirá quem queira o que o outro despreza
Se tu não cuidares, outro vai. Se tu não valorizares, outro vai. Entende uma coisa, sempre vai existir uma pessoa disposta a fazer o que tu não fazes.
As opções que se apresentam à nossa frente, todos os dias, são muitas, o que nos leva a nem sempre escolhermos o mais acertado no momento e, consequentemente, a nos arrependermos mais tarde. Outras vezes não nos damos conta de que o que possuímos já nos basta e nos enriquece, pelo que insistimos em manter os olhos lá longe, ignorando o que está aqui bem juntinho a nós, bem ao nosso lado.
Muitas vezes vamos perdendo algumas pessoas a pouco e pouco, uma vez que estamos por perto, mas, na verdade, nunca estamos realmente com elas. Ninguém suporta por muito tempo ficar perto de quem não se importa consigo, de quem não permanece inteiro, em nenhum momento dos dias, como se tudo fosse mais importante do que as pessoas ao lado.
Cabe, portanto, a nós mesmos perceber quando é que nada mais ali faz sentido, cabe a nós mesmos perceber que é um suicídio lento e gradual permanecer junto de quem não se esforça para reconhecer a nossa dedicação nem aquilo que fazemos por si. Amar alguém sem ter amor-próprio nunca dá certo, pois assim sempre haverá alguém dando sem receber.
É preciso ter a certeza de que podemos sempre recomeçar, inclusive longe de quem tanto nos parecia vital, longe daquele ambiente sufocante que achávamos insubstituível. Não se trata de ser um desistente, trata-se de sobrevivência.
Acreditar que seremos o suficiente para alguém, que merecemos retorno emocional na mesma medida, que existe felicidade possível, que amar e ser amado é algo a que temos direito, tudo isso nos acordará por dentro, para que possamos trazer para junto das nossas vidas as coisas e as pessoas que acrescentarão sonhos e verdades ao que temos de mais especial dentro de nós.
Texto de Marcel Camargo