Ser um romântico de mente suja é sussurrar fantasias sacanas enquanto os meus lábios roçam a tua orelha até te deixar vermelha e ofegante. Mas depois, exaustos, embalar o teu descanso murmurando versos ao pé do ouvido.
Ser um romântico de mente suja é arrancar as tuas roupas com os dentes e rasgar a tua lingerie com as mãos. Mas depois, esgotados, calçar nos teus pés os sapatos e vestir-te inteira, marcando o apertar de cada botão e de cada fecho com um beijo suave no teu corpo.
Ser um romântico de mente suja é puxar os teus cabelos próximo à raiz enquanto mordisco a tua nuca e arfamos como selvagens na cama. Mas depois, exaustos, fazer-te cafuné acariciando os teus cabelos enquanto dormes feito uma menina, deliciando-me a acompanhar o teu sono por toda a madrugada.
Ser um romântico de mente suja é atar os teus punhos para que tu te entregues totalmente ao prazer, e vendar os teus olhos para que cada estímulo seja uma surpresa. Mas depois, fatigados, servir na cama uma bandeja com tudo para saciar tua fome e sede noturnas.
Ser um romântico de mente suja é querer beijar-te em todos os lugares – no elevador, no carro e na praia, e querer agarrar-te em casa nos momentos mais imprevisíveis. Mas depois, extenuados, fazer do meu peito o lugar de repouso da tua cabeça e de todos os momentos da minha vida uma oportunidade para te deixar feliz.
Ser um romântico de mente suja é isso, é dedicar metade da minha vida a que tu aproveites, incontrolável e desvairada, todo o prazer que qualquer mulher do mundo merece sempre por decreto divino. E depois, nós dois exaustos, dedicar a outra metade da minha vida a que tu te sintas amada como nenhuma outra mulher do mundo jamais se sentiu.
Texto de Victor Lisboa