Só te peço um sorriso.

Estou sentado no muro onde conheci o teu sorriso, naquela noite que tinha tudo para correr mal. Estava triste, apagado, sem qualquer reação. Estava simplesmente sentado a sentir o vento a rasgar-me a pele e a olhar para as estrelas em busca de uma explicação para a tristeza em que se tornara a minha vida. Explicação não encontrei, mas talvez tenha achado a solução – tu. Sim, tu.

Pouco ou nada me faria sorrir naquela noite e, adivinha, tu conseguiste-o! E não foi preciso teres dito nada, até porque com o ruído de fundo, era impossível ter percebido o que quer que fosse. Bastou-me o teu sorriso, ali ao longe. Bastou sentir que o vento acalmara quando o meu rosto se comprometeu com o teu, ainda que ao longe.

Já tinha deixado de olhar as estrelas… Passei a estar mais atento ao movimento dos teus lábios. E um sorriso envergonhado tomou conta da mim!

Não sei o teu nome nem a tua rua. Não conheço as tuas qualidades nem os teus defeitos. Ah, mas conheço o teu sorriso! Talvez melhor do que ninguém. Sei de cor as linhas do teu rosto quando sorris, ainda que não saiba os motivos. Nem preciso! Basta-me o teu sorriso para eu sorrir. Coisa simples, não é?

Podemos ser tão felizes com coisas tão banais. Para quê brigas, discussões e chatices? Para quê insistirmos em algo que nos tira o sorriso? Para quê palavrões, lágrimas e ódio? Somos tão mais felizes se nos deixarmos embrulhar em pequenas grandes banalidades.

Estou aqui sentado sem saber se, mais uma vez, vou corar com o teu sorriso. Mas deixo-me estar, não apenas por querer o teu sorriso, mas, acima de tudo, por querer o meu.

Texto de Palavras com História

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