Sou tudo contigo, sou nada sem ti. Desculpa-me pelo que te vou dizer agora: eu ainda gosto de ti. Sim, “gosto de ti”. Só não digo que te amo porque ainda não descobri o que é o amor. A verdade é que com 16 anos não sabemos muito, temos tanto por aprender. Mas eu não quero alcançar esse conhecimento, não da forma que a educação portuguesa nos exige. Decorar algo para logo depois esquecer. Eu não quero ter na cabeça a definição de amor, quero ter a oportunidade de vivê-lo. E quero fazê-lo contigo.
Eu sei que não sentes o mesmo, percebi logo quando me declarei a ti. Claro que fiquei magoada, ia jurar que estávamos na mesma página. Cheguei a chorar, e nem sou dessas coisas… Acho que tornaste demasiado importante. Tens sido um ótimo amigo, o melhor que já tive. Não confio em ninguém, mas és de quem desconfio menos. Disse-te coisas que nunca tive a coragem de admitir para outra pessoa. Fico tão contente por dares valor à nossa amizade, sei que não queres estragar o que temos. Quero decifrar-te completamente, encontrar em ti um defeito. Mas isso só faria com que me apaixonasse ainda mais. És tão especial e não te quero perder por nada deste mundo. Fica, por favor.
Espero que, com o tempo, a nossa amizade volte a ser o que era. Porque afinal, os ponteiros de um relógio curam tudo, não é? As semanas, os dias, as horas, os minutos e os segundos que voaram junto a ti não me tornam uma miúda feliz. São apenas memórias. E os segundos, os minutos, as horas, os dias e as semanas que rastejam sem ti não me provocam amnésia. Espero que saibas que durante todo este tempo ainda não consegui pôr um sorriso na cara, pelo menos que fosse verdadeiro. Não tive a sorte de te abraçar ou beijar. Não consegui sentir que as coisas estavam iguais ou melhores, porque simplesmente não estavam.
O que é melhor: amar ou ser amado? Os dois complementam-se. Não vale a pena amar sem ser amado, nem de nada adianta ser amado sem amar. Mas se é para escolher, eu escolho amar. E porquê? Porque é melhor magoarmo-nos a nós mesmos do que partir o coração a alguém. E porque ao amar, ganhamos coragem e somos ensinados a aceitar as pessoas como são, cada imperfeição, cada defeito.
Não é fácil ser rejeitado/a, mas por vezes temos de fingir que nada aconteceu, que tudo está bem. É preciso força de vontade para seguir em frente, não devemos agarrar-nos ao passado, ter medo que o mesmo aconteça. O futuro está à tua espera. Vai, ama! E não receies a resposta.
Quanto a ti, adoro-te. Nunca te esqueças disso.
Texto de LP