Tu fazes-me transbordar.
Chega uma hora na vida de todos nós em que o amor sempre vem. Por mais que a gente não procure, não corra atrás, não vasculhe uns bares todos, uma hora ele sempre vem e acomoda-se no coração para fazer carinho. Tu vieste, e agora eu transbordo dos mais bonitos e sinceros sentimentos.
Um sorriso, um aviso, uma mensagem tua e eu transbordo de felicidade até à tampa, até ao limite. E isso tudo escorre para o mundo em forma de sorriso, em forma de alegria e em forma de bem. Existem alegrias que valem por todas as dores de uma vida toda. Ter-te aqui é uma delas. Saber que eu posso contar contigo para encarar os problemas e passar imune por todos os solavancos que a vida insistir em dar, é a melhor delas.
Desde que te encontrei ando com o coração cheio até à ponta. Transborda mas nunca é demais e sempre cabe mais. Cabe mais porque amor demais nunca é demais. Ando com uma alegria diferente de todas aquelas que eu havia sentido e de todas aquelas que um dia eu ouvi algum casal falar. Aquela alegria de nos apanharmos a sorrir involuntariamente enquanto olhamos para o horizonte ou para a parede, porque pensar em ti transforma tudo em poesia, tudo em paisagem. Uma alegria que contagia cada músculo, cada parte de um corpo todo e que faz o coração levar a vida tal como uma música. Aquela que faz da tua voz a melhor das melodias, e do teu peito o melhor dos aconchegos.
Encontrei no teu ombro um refúgio para os sentimentos ruins todos. Encontrei no teu abraço um lar de aconchego e amor que uma hora ou outra na vida todo o mundo sonha encontrar. Encontrei no teu olhar uns tantos motivos para acreditar, e um destino que nós sabemos que é sempre incerto, mas que mesmo assim estou louco para desvendar, vasculhar e descobrir. Encontrei em ti tudo aquilo que me faltava e que agora me transborda. Transborda-me, mas ainda cabe mais.
Chega uma hora em que a gente encontra alguém e divide a vida em antes e depois. O depois vem sempre quando termina a conquista, quando a gente percebe que é amor e não tem volta, e nesse momento entregamo-nos. Vem depois dos créditos, da cena final e logo depois que a sala do cinema esvazia. Vem depois do enredo do filme inteiro, e traz consigo uma felicidade diferente. O depois vem para deixar o antes na memória e somente lá, sem desejo suficiente para querer largar tudo e querer voltar. Tu és o meu depois e agora eu sou um pouco mais feliz. Sou um pouco mais feliz porque agora eu ando cheio de felicidade até à tampa, até ao gargalo, e cabe mais. Cabe mais e és tu que tens isso que me preenche, isso que me completa.
Tu completas-me até à tampa. E, tal como um copo que transborda, sempre ocorre tempestade nesse líquido que me preenche aqui dentro; e ele responde por felicidade.
Texto de Júlio Hermann