Às vezes, não conseguir o que tu queres, é uma tremenda sorte!

Às vezes, não conseguir o que a gente quer é uma tremenda sorte. Já a minha avó costumava dizer algo parecido, ao me lembrar para eu ter muito cuidado com aquilo que eu pedia, porque o meu desejo poderia se realizar. Já alguma vez pensaste se tudo o que tanto desejamos num passado talvez não muito distante tivesse realmente acontecido?

Será que continuaria fazendo sentido para ti hoje? Depois de tudo o que tu viveste, sabendo de tudo o que tu sabes agora, será que a melhor coisa que te aconteceu não foi justamente não ter dado certo o que tu tanto querias?

Tenho pensado muito nisso ultimamente. Em como o aparente fracasso pode ser exatamente aquilo que a gente precisava para dar uma guinada na vida, olhar o mundo com outros olhos, agir de uma outra maneira.

Tenho pensado em como o “não deu certo” pode ser uma nova oportunidade para rever pensamentos e comportamentos, a luzinha no fim do túnel, um novo sopro de esperança quando tu achavas que já não tinhas mais ar.

Quantas vezes nos revoltamos diante de um “não” da vida que, mais tarde, descobrimos ter sido um verdadeiro livramento? Sabe-se lá o que teria nos acontecido caso o nosso desejo tivesse sido atendido naquele momento, não é verdade? Um voo que a gente perdeu e que se transformou em tragédia; a promoção no trabalho que não veio, mas que te fez ir atrás de novas e muito melhores oportunidades; a pessoa que tu amavas e que não te correspondia, mas que não era nada daquilo que tu imaginavas ser; a demissão que parece ter te tirado o chão naquele momento, mas que, mais tarde, te deu asas.

O Universo sabe exatamente do que a gente precisa, mesmo que às vezes escreva por linhas tortas e curvas, mesmo que às vezes desarrume todas as nossas gavetas e troque todas as nossas certezas de lugar.

Existe uma linha suave entre desistir antes da hora e insistir quando já não faz mais sentido, quando a luta já faz mais mal do que bem, quando já machuca de um jeito que não tem mais motivo para continuar.

Nessas horas, quando o encanto acaba e a gente já não consegue mais ver um motivo forte o suficiente para persistir, o melhor mesmo é encerrar esse ciclo. Deixar ir. Porque acredito piamente que todo o “não” da vida é, na verdade, um belo e gigantesco “sim”.

A nossa melhor versão não tem a ver com o resultado conquistado, mas com ter sido por inteiro, da melhor maneira que a gente pôde ser. O Universo não trabalha com o acaso. Não existe aleatoriedade nas leias da vida. Tudo o que nos acontece tem uma razão de ser.

Se o que tu tanto desejas ainda não se realizou, apesar de tanto esforço da tua parte, acredita: o melhor ainda está por vir. Não aconteceu mas não foi porque a vida é má. O teu pedido não foi atendido justamente porque o Universo está cuidando direitinho de ti. Foi para o teu bem.

Existe sempre uma coisa boa para acontecer na nossa vida, mesmo que seja difícil de entender ou de aceitar quando essa coisa vem acompanhada da rejeição, da não aceitação, do não dar certo.

Mas sabes, deu certo, sim.

Às vezes, quando olho para trás e relembro algo que eu tanto desejava mas que não deu certo, eu paro e penso: ainda bem que não consegui aquilo. É isso.

Se não deu certo, era porque não era para ser.

Talvez tu te revoltes agora, mas, acredita: num futuro, talvez mais próximo do que tu imaginas, tu vais entender porquê. E vais agradecer.

Texto de Ana Paula Ramos

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