Em primeiro estão os meus filhos… hoje o resto do mundo pode esperar
Eles vêm primeiro. Os nossos filhos são o nosso norte e a estrela brilhante do céu. Eles são a nossa prioridade e o nosso primeiro pensamento pela manhã. Porém, nem sempre podemos dedicar-lhes todo o tempo que gostaríamos, por isso é preciso procurar momentos mágicos em que parece que paramos o tempo e o mundo inteiro para lhes dar atenção e dizer “hoje tudo o resto pode esperar”. Cada momento que passo sem as pessoas que amo é tempo perdido.
Vamos olhar para trás por um momento. Vamos tentar lembrar de um momento feliz da nossa infância. Provavelmente, a nossa memória emocional vai levar-nos a um momento do dia-a-dia que partilhámos com a nossa mãe, o nosso pai, avós ou irmãos.
Isso acontece por uma razão muito simples: o nosso cérebro é regulado por mecanismos sociais e dá mais importância àqueles momentos da nossa infância em que sentimos proximidade dos nossos entes queridos, que nos mostraram de forma ativa e sincera que nos amavam e que éramos importantes para eles.
Mais tarde, e à medida que caminhamos para a idade adulta, aprendemos a valorizar os pequenos momentos sozinhos, e a cumplicidade com nós mesmos. No entanto, quando se é criança, isso nunca acontece, porque existe apenas uma necessidade natural de “partilha de tempo”. Uma necessidade de estar com o pai, com a mãe, ou com outros familiares, o que é muito importante para o desenvolvimento da criança.
Os nossos filhos precisam de ver as coisas através de uma bolha de sabão, fazer-nos perguntas impossíveis, desenhar os seus sonhos, pintar a lua verde e o sol roxo. Eles querem mergulhar nos nossos olhos enquanto lhes contamos uma história, ou duas, ou cem…
Não podemos fazer isso tudo diariamente, sete dias por semana e vinte e quatro horas por dia, mas hoje pode ser um bom dia para “parar o tempo” para eles, os nossos filhos.
Os meus filhos são a minha prioridade, mas eu não me negligencio como pessoa, nem como parte de um casal.
Os nossos filhos são os primeiros na nossa lista de prioridades, no nosso coração, e por isso devemos lembrar que nenhuma prioridade pode ser cuidada se nós mesmos não aprendermos a nos priorizar. Só cuidando de nós também poderemos dar o melhor de nós aos outros, em especial a quem mais precisa, os nossos pequenos.
Para tal, é importante investires no teu próprio crescimento pessoal, na tua autoestima e bem-estar psicológico. Isso não é negligenciares os teus filhos, é cuidares de ti mesmo para cuidares deles muito melhor.
Além disso, não te esqueças que, para além de mãe ou pai, tu tens direito a ser e és parte fundamental de um casal.
Não percas a tua autenticidade, cultiva o teu sentido de humor, tira tempo para ti e sonha, para continuares a crescer como pessoa num projeto comum.
Os teus filhos vêm em primeiro lugar, mas o teu bem-estar psicológico e satisfação emocional torna muito mais fácil dar felicidade, equilíbrio e segurança às próprias crianças. Elas precisam de atenção sem pressas, e de tardes de sorrisos que nunca acabam.
As crianças compreendem e intuem muito mais do que conseguem comunicar, por isso alguns dos pormenores que não escapam ao olhar infantil são a qualidade e a autenticidade do afeto recebido.
Os nossos filhos precisam de perceber e sentir o que é verdadeira dedicação. Independentemente da idade, até mesmo um bebé consegue detetar se o vínculo com os pais é autêntico, com base na atenção recebida, na proximidade, no conforto, no toque, no tom das vozes…
Mesmo que os teus dias pareçam eternos, mesmo que tenhas dois empregos e só tiveres tempo de ver os teus filhos de manhã e dar-lhes um beijo de boa noite, é importante aproveitar ao máximo esses pequenos momentos.
Na verdade, o que os teus filhos vão recordar no futuro é se no meio daquela confusão e das tuas infinitas obrigações, tu te lembraste deles e lhes deste um pouco de tempo e carinho.
Faz os teus filhos verem em cada momento que eles são a tua prioridade.
O amor é muito mais simples do que muitas pessoas pensam, e mora num abraço mais apertado, numa palavra de coragem, e no coração de todos nós.
Por: Valeria Sabater (traduzido e adaptado)