Estar sozinho também é estar completo.

Mas quem é que disse que para nós sermos felizes precisamos obrigatoriamente de alguém? Tolice. Enquanto não formos o melhor de nós para nós mesmos, nunca seremos o melhor de nós para alguém.

Viveremos atrás de alguém, e esse alguém não bastará, e aí partiremos para outra, e encontraremos o mesmo problema, e aí partiremos para outra. E tudo isso se tornará um ciclo vicioso e nós nos tornaremos destruidores ambulantes de corações. O nosso coração vai tornar-se preguiçoso, e nunca vamos conseguir ver o problema óbvio: Nós mesmos.

Muitas vezes nós somos o obstáculo para a nossa própria felicidade. Enquanto nós procurarmos noutras pessoas o que nós precisamos de achar dentro de nós mesmos, nós nunca seremos plenamente felizes. Iremos sempre sair de um relacionamento a dizer que “ faltou algo”, ou que “ o sentimento não cresceu como deveria”, quando na verdade o que falta somos nós mesmos. O que falta é o nosso discernimento para nos tornarmos alguém inteiro, alguém sem necessidade de estar com outra pessoa, mas que está com a pessoa porque quer.

E quando finalmente conseguimos ver que sozinhos somos inteiros, e que um final feliz nem sempre inclui um outro alguém, que às vezes inclui somente aceitarmo-nos, bastarmo-nos e tornarmo-nos na nossa melhor versão a cada dia, é aí que estaremos prontos para ser dois.

Afinal, ninguém quer metades. Então, que olhemos para nós mesmos, para bem dentro de nós, e nos perguntemos: O que estou a fazer? Porque é que estou num relacionamento? Por carência? Por não estar tranquilo comigo mesmo? Por vaidade? Porque eu tenho uma péssima notícia para ti, meu caro amigo: Enquanto tu caminhares pelos corações alheios à procura de te satisfazeres unicamente, tu nunca serás plenamente feliz. Resolve-te! Encontra-te! Completa-te primeiro. E depois dá o melhor de ti a alguém. Porque nem de longe nem de perto o nosso final feliz pode resumir-se a alguém a sanar buracos que nós mesmos devemos preencher.

Deixo abaixo a estrofe final do filme “Ele Não Está Assim Tão Interessado”:

Ensinam-nos muitas coisas à medida que crescemos: Que se alguém te magoa, essa pessoa gosta de ti. Que um dia tu vais conhecer alguém incrível e ser feliz para sempre. Todo o filme e toda a história imploram para esperarmos por isso: A reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas às vezes focamos tanto em achar o nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que nos vão deixar. E talvez esse final feliz não inclua uma outra pessoa incrível. Talvez sejas tu sozinho a recolher os cacos e a recomeçar, ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isso: Saber que mesmo com chamadas sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo o constrangimento, tu nunca perdeste a esperança.

Texto de Beatriz Rodrigues

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