O caráter não se mede pela aparência, nem a felicidade se mede pelo tamanho do sorriso
Com o tempo nós aprendemos que o valor de uma pessoa está muito além das camadas de roupa que ela usa ou dos quilos de produtos de beleza que ela usa. Com o tempo nós aprendemos que não é possível medir a generosidade, a bondade e a amizade de alguém apenas observando o clube que ela frequenta ou o sapato que ela ostenta. Com o tempo nós aprendemos que jamais podemos calcular o caráter de alguém observando apenas o seu cabelo engomado ou o seu closet lotado.
É preciso não buscar na aparência aquilo que só uma alma pode oferecer, nem buscar no charme de um olhar aquilo que só um coração pode dar.
Com o tempo nós aprendemos também que algumas dores podem ser mostradas numa boa, enquanto outras não; aprendemos que nem toda a tristeza deve ser exibida; e que nem todo o sorriso significa que existe por trás uma alma feliz.
Descobrimos então que ao nos depararmos com um sorriso, nem sempre estamos diante de uma alegria verdadeira; e que a beleza não é requisito para julgarmos a nobreza ou o caráter de alguém.
As pessoas têm a mania de julgar demais. Avaliamos o livro pela capa, o shampoo pelo frasco, o jeans pelo preço da etiqueta, o valor de alguém pela sua popularidade. E esquecemos que caráter e conteúdo não vêm com rótulos. Ao contrário, é preciso ultrapassar a barreira da aparência se quisermos conhecer a essência.
É claro que uma embalagem bonita atrai olhares. Mas depois que o presente é aberto, e o papel amassado é deixado de lado, resta somente aquilo com que teremos de lidar. E popularidade, moedas no cofre ou vestido novo não significam nada quando se trata de caráter e bondade.
É preciso romper a barreira da aparência. Desvendar o que há por trás do sorriso constante ou da vestimenta arrogante. Descobrir que de uma aparência inadequada podem surgir grandes surpresas, e que um sorriso doce pode esconder algumas tristezas.
Existe muito a ser descoberto por trás das cortinas da aparência. Nem tudo é o que parece ser, e nós temos que aprender a olhar nos olhos e acreditar que, mesmo que faltem argumentos, o essencial mora no lado de dentro.
Texto de Fabíola Simões