Podíamos ter sido tudo, mas tu preferiste que fossemos um monte de nadas
Lembro-me que não te escolhi, que não equacionei a hipótese de existires!
Lembro-me da tua voz a chamar o meu nome, de sorrir por gostar imediata e imensamente de ti!
Lembro-me das pessoas mais chegadas já não me poderem ouvir mais falar da sorte que tinha por teres entrado na minha vida!
Lembro-me da forma como cuidaste de mim, da expressão aterrorizada que fazias quando chorava!
Lembro-me do conforto do teu colo, do bater do teu coração quando nos abraçávamos (tornou-se um hábito de cada vez que nos víamos porque sentia sempre imensas saudades tuas)!
Lembro-me das conversas (até conselhos amorosos demos um ao outro), das pessoas insinuarem que iríamos ficar juntos e de eu negar por te conhecer demasiado bem e te considerar um irmão!
Lembro-me das vezes que deixaste os teus amigos para trás para me levares a casa, do orgulho que senti quando me disseste pela primeira vez “Adoro-te!”!
Lembro-me dos momentos em que quis desistir e tu me encorajaste a continuar, da noite em que me disseste que o destino me tinha levado até ali para te conhecer!
Lembro-me daquele pequeno desconforto que sentia ao ouvir falar de mais uma conquista tua, e de tu ficares chateado por eu te ignorar por estar a começar a falar com outra pessoa!
Lembro-me da voz que me avisava que era muito mais do que eu queria admitir, de pensar que nunca olharias para mim!
Lembro-me da noite em que me ligaste para ir ter contigo, do toque macio dos teus lábios contra os meus!
Lembro-me de tentar convencer-me que aquilo não estava certo, mas ainda assim arder de desejo de ti!
Lembro-me de cada toque, de cada palavra, de cada pensamento, de cada suspiro, de cada cheiro, de cada detalhe do teu corpo bem definido!
Lembro-me de saíres por aquela porta com a promessa de voltares, das lágrimas que caíram pelo meu rosto quando disseste que estavas arrependido!
Lembro-me de nos perdermos, de termos tudo para sermos um monte de coisas e de tu escolheres sermos um monte de nadas!
Anónimo